O porquê da CAIXA ALTA?

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Porque o professor alfabetizador precisa iniciar o processo de alfabetização com letra CAIXA ALTA? Por que CAIXA ALTA?

Dúvida de muitos docentes que atuam como alfabetizadores, e não encontram respostas. Sandra Bozza afirma ser bem simples essa resposta, “para não dificultar ainda mais o início, de tão complexo, que é o da aquisição da linguagem escrita.”.

Quando a criança está no processo inicial da alfabetização, há coisas complexas demais nesse caminho, para o alfabetizando absorver. Precisa diferenciar letras de números; conhecer as 26 letras do alfabeto; reconhecer os sons que cada uma tem, pois, em nosso alfabeto, há letras que, tem dois sons, diferentes um do outro, ou mais; saber interpretar; entre muitas outras habilidades e competências que exigimos dos nossos pequenos. E para não dificultar ainda mais esse processo inicial de escrita, a letra CAIXA ALTA, se torna mais prática e fácil para ser escrita, pois não exige um gesto motor tão dificultoso quanto exige utilizando a letra cursiva.

Sandra Bozza, em seu texto “Questão de relevância: Por que caixa alta”? Afirma que os alunos começam escrever naturalmente de letra cursiva depois que já “abstraiu estes grandes nexos sobre a linguagem escrita” tais quais:

a) Para que serve a escrita (função social);

b) O quer ela representa (relação de dependência entre a oralidade e a escrita);

c) Como ela se organiza (os conteúdos básicos para veiculação de ideias por escrito).

 Assim, compreendido esse processo, o estudante irá lidar melhor com a letra cursiva ultrapassando esses obstáculos citados acima, e também como apoio fundamental, a mediação do professor em sala de aula, tais como: interpretações de textos (representações do texto através de desenhos), textos coletivos, leituras de textos que circulam socialmente (gêneros textuais, como: receitas, bilhetes, cartas, anúncios, convites, entre outros); desenhos de parágrafos de textos, ou parlendas; ilustrações de advinhas; ilustrações de textos analisados; enfim, vários tipos de contatos com a escrita, ou seja, é um trabalho árduo tanto da parte do professor, quanto do aluno, até chegar o momento no qual ele estará apto a escrever utilizando a letra cursiva.

“Logo, teremos tornado prática a teoria aventada por Vygotsky quando afirma que o ato de escrever é bem maior do que o desenvolvimento de habilidades de mãos e dedos.”

Concluo que, mesmo os pais cobrando, professores do ano seguinte exigindo que o aluno já saia escrevendo de letra cursiva, sou a favor da ideia de Sandra Bozza. Essa escrita de letra cursiva por parte da criança precisa ser natural, algo que ela compreenda que já atingiu todos os obstáculos e queira praticar esse tipo de letra. Precisa ser algo que o alfabetizando queira realizar, pois, não adianta impor a criança que ela escreva com de letra cursiva, se ainda não está preparada. Cada aluno tem um tempo diferente do outro, e esse tempo precisa ser respeitado

10933755_837492223005948_3145950324426847943_n Camila Prodossimo – Professora Regente do Colégio Conexão. Estudante de Pós-Graduação em Alfabetização e Letramento pela PUC.

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